11 Nov 2019 | domtotal.com
Atlético e torcida condenam atitude de torcedor que cometeu injuria racial no Mineirão
Juliano Paiva
O torcedor do Atlético que cometeu injuria racial contra um segurança no Mineirão desconhece a história democrática da camisa que usava. O Galo tem trajetória de luta contra as injustiças e a torcida, a verdadeira, tem orgulho disso deixando claro sua mistura representada, inclusive, no uniforme nas cores preta e branca.
‘Time de preto, pobre e favelado, mas quando joga Mineirão fica lotado” é a letra de um dos cânticos mais entoadas pelos atleticanos durante os jogos. O sujeito ainda não identificado deve ficar calado, quietinho, sem graça no momento em que a Massa entoa aquela musiquinha.
Ele deve ter se sentido incomodado também com o golaço de Ronaldinho Gaúcho driblando todo o time do Cruzeiro no Independência em 2012. Tão pouco vibrou com os gols e passes do camisa 10 na Copa Libertadores 2013.
Aquele torcedor não deve ter gostado de “ter nascido campeão brasileiro”, como orgulhosamente dizia a torcida jovem atleticana nos anos 1980 e 1990, já que o gol do título de 1971 foi marcado por Dadá Maravilha.
A luta de Reinaldo contra a ditadura com seu cabelo black power no final dos anos 1970, e que custou um Campeonato Brasileiro ao Galo, deve deixar o tal torcedor bastante desconfortável.
Então por que diabos esse sujeito estava usando uma camisa do Atlético? Se ele não se identifica com esses personagens, com a história do clube, por que ostenta as cores do Galo? Não devia nunca estar no meio da Massa. Ele não deve saber, ou se faz de bobo, mas se ‘aqui é GALO’, aqui não tem lugar para discriminação.
O Atlético, claro, repudiou a atitude de seu torcedor racista e se colocou à disposição das autoridades. A torcida também tomou as redes sociais para condenar o crime. As postagens lembram com orgulho que o Galo é, na sua essência, a mistura de todos os tipos, sendo conhecido por ser o Time do Povo, o Time de Todos.
A bola agora está com a polícia que precisa identificar o sujeito que será levado à Justiça.
O texto reflete a opinião pessoal do autor, não necessariamente do Dom Total. O autor assume integral e exclusivamente responsabilidade pela sua opinião.