02 Dez 2019 | domtotal.com
Presidente do Atlético não consegue levar o clube às conquistas, nem mesmo do Mineiro
Juliano Paiva
O Atlético não tem o que comemorar em 2019. Não teve nada de bom na temporada do Alvinegro. Zerar as chances de rebaixamento a duas rodadas do fim do Campeonato Brasileiro só escancara o quanto ruim foi o ano.
O máximo que o Galo conseguirá é vaga na Copa Sul-Americana 2020, torneio em que neste ano parou na semifinal, em pleno Mineirão, ao perder nos pênaltis para o Colón, da Argentina.
Ironicamente, a única vaga possível via Brasileirão é para uma competição menosprezada pelo presidente Sérgio Sette Câmara no ano passado. Após ver o Atlético ser eliminado no Independência pelo San Lorenzo, Sette Câmara rotulou a Sula como torneio de “segunda divisão”.
A fala provocou a ira da torcida que via nela desrespeito à história do clube bicampeão da Copa Conmebol (1992 e 1997). O 2019 melancólico do Galo teve também, para variar, três técnicos: Levir Culpi, Rodrigo Santana e Vagner Mancini. A insistência com Santana, mas principalmente a decisão de efetivá-lo repetindo o erro de 2018 com Thiago Largui, foi determinante para o fracasso na atual temporada.
Mancini também já se mostrou uma escolha muito ruim – lembrando que Cuca estava, e está, disponível no mercado –, mas ninguém na torcida tem dúvida de que Sette Câmara é capaz de mantê-lo no comando.
Para o ano que vem será necessário também acertar nas contratações. O “bom e barato” do Atlético não foi bom e tão pouco barato. Melhor exemplo é o lateral-esquerdo Lucas Hernández, com contrato até 2022, e que custou cerca de R$ 12 milhões. O uruguaio sequer fica no banco de reservas.
É por tudo isso que Sette Câmara entrará no seu último ano de mandato sem ter sido campeão e ainda com a eliminação histórica para o Cruzeiro na Copa do Brasil no currículo. O Galo nunca havia perdido um mata-mata nacional para o maior rival.
Dizer que a conquista do Campeonato Brasileiro, que não acontece desde 1971, é “um objetivo e não um sonho” é muito pouco, Sette Câmara. Ou quase nada! Na época, a fala até repercutiu bem na torcida que na prática, desde então, só teve frustações.
Será que em 2020 o atleticano comemorará mais um não rebaixamento? Ou chorará a segunda queda? Só saberemos com o tempo. Mas as perspectivas não são as melhores.
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