Bispos do país apresentarão exortação pastoral sobre a atual crise humanitária que o país atravessa
O papa Francisco expressou sua preocupação com a situação econômica e de saúde na Venezuela, em uma carta na qual lamentou que o povo venezuelano seja vítima da "arrogância dos poderosos".
Na carta enviada ao cardeal Baltazar Porras Cardozo, arcebispo de Mérida e administrador apostólico de Caracas, o papa argentino reconheceu que os venezuelanos são vítimas de uma grave crise humanitária e socioeconômica, agravada pela pandemia do coronavírus.
"Que Deus continue a dar-vos força e parrésia para que com coração de pai saibais acompanhar e confortar o seu santo povo fiel, posto à prova pelo sofrimento causado pelo flagelo da pandemia, pela arrogância dos poderosos e pela crescente pobreza que o estrangula", escreveu o pontífice.
Na breve carta, publicada pelo site oficial do Vaticano, Vaticano News, o papa parabenizou o secretário de Estado, o cardeal Pietro Parolin, seu braço direito e especialista na Venezuela, que serviu como núncio da Santa Sé o país sul-americano.
A Igreja venezuelana se reúne esta semana virtualmente para realizar sua assembleia anual, durante a qual analisa a situação do país e define sua linha de conduta.
As relações do governo presidido por Nicolás Maduro com a hierarquia da Igreja Católica venezuelana têm sido difíceis, e uma brecha se abriu desde que a Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) descreveu o regime como um "governo ilegítimo e falido".
Por sua vez, o governo acusa a Igreja de ser "um braço" da oposição.
Assembleia
A 115ª Assembleia Plenária da Conferência Episcopal da Venezuela (CEV) teve início nesta quinta-feira (7), que neste ano acontece de modo virtual em virtude das novas disposições das autoridades do país para conter a difusão do coronavírus.
Segundo fontes da Agência Fides e informações da própria CEV, participa do encontro o núncio apostólico na Venezuela, o arcebispo Aldo Giordano, que saúda e oferece uma mensagem para encorajar os trabalhos. Um dos temas centrais do encontro é a análise da realidade da Venezuela neste período de pandemia.
A Venezuela registrou 115 mil casos de Covid-19 com 1.050 mortes. A partir de 4 de janeiro, como parte das medidas de combate à pandemia do coronavírus, o país voltou ao esquema definido como "7 + 7", ou seja, sete dias de quarentena estrita e outros sete de medidas mais flexíveis. O anúncio foi feito via Twitter pelo vice-presidente executivo da Venezuela, Delcy Rodriguez. De fato, nos últimos dias as estatísticas do Ministério da Saúde têm revelado um aumento no número de casos e, portanto, a necessidade de se voltar a medidas mais rígidas.
O Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam) encaminhou seu pedido à CEV para refletir sobre as sugestões que ela poderia oferecer para a reestruturação do Celam, tema que também será proposto na pauta da Assembleia Plenária.
O discurso de abertura esteve a cargo de Dom José Luis Azuaje, arcebispo de Maracaibo e presidente da CEV. Como de costume, ao final da Assembleia Plenária, a CEV apresentará ao povo de Deus uma exortação pastoral que, como referido por algum bispo venezuelano de forma singular, muito provavelmente terá a ver com a atual crise humanitária que o país atravessa.
AFP/ Vatican News
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