Inundações no sudeste asiático deixaram dezenas de mortos e milhares desabrigados
O papa disse nesta quarta-feira (7) no Vaticano que a oração dos cristãos é sempre parte de um "rio majestoso" de intercessões que atravessa a história da humanidade, numa catequese dedicada à "comunhão dos santos".
"Quando rezamos, nunca o fazemos sozinhos: mesmo que não pensemos nisso, estamos imersos num majestoso rio de invocações que nos precede e que continua, depois de nós. Um rio majestoso", referiu na audiência geral, transmitida desde a biblioteca do Palácio Apostólico.
Francisco destacou que a Bíblia conserva, ainda hoje, orações ligadas a "histórias antigas, de libertações prodigiosas, de deportações e exílios tristes, de regressos emocionantes, de louvores derramados diante das maravilhas da criação".
"Essas vozes são transmitidas de geração em geração, num entrelaçamento contínuo entre a experiência pessoal e a do povo, a da humanidade a que pertencemos", precisou.
Essa "herança" de oração, assinalou o papa, continua hoje a difundir-se, "com ou sem mensagens nas redes sociais", nos momentos de "dor e felicidade".
"As orações renascem sempre: cada vez que juntamos as nossas mãos e abrimos os nossos corações a Deus, encontramo-nos na companhia de santos anônimos e santos reconhecidos que rezam conosco, que intercedem por nós, como irmãos e irmãs mais velhos que passaram pela nossa mesma aventura humana", indicou. "Na Igreja não há luto solitário, não há uma lágrima que se derrama no esquecimento, porque tudo respira e participa numa graça comum", atestou o papa.
Francisco rejeitou a ideia de que os católicos "adorem" os santos, sublinhando que esta veneração remete para "Cristo, único Senhor e Mediador entre Deus e o homem". "O santo faz recordar Jesus Cristo, porque ele percorreu esse caminho, de viver como cristão", observou.
A intervenção realçou que esta santidade pode ser manifestada "até ao último momento" da vida. "A santidade é um percurso de vida de encontro com Jesus, longo, breve, um instante. Mas é sempre testemunho", apontou, elogiando os santos de todos os dias, escondidos, "da porta ao lado".
O papa deixou uma saudação aos ouvintes de língua portuguesa. "Queridos irmãos, alegrai-vos e exultai, porque o Senhor Jesus ressuscitou! Na esteira dos santos, deixai-vos iluminar e transformar pela força da Ressurreição de Cristo, para que as vossas existências se convertam num testemunho da vida que é mais forte do que o pecado e a morte. Deus vos abençoe", declarou.
Após a audiência, Francisco assinalou o Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e a Paz, que se celebrou esta terça-feira, convidando à redescoberta do esporte como "acontecimento de equipe, para promover o diálogo solidário entre culturas e povos".
O papa deixou uma palavra especial à equipa de atletismo do Vaticano, que convidou a "difundir a cultura da fraternidade no mundo esportivo", com atenção às pessoas mais frágeis", tornando-se assim "testemunhas de paz".
Indonésia e Timor-Leste
O papa também recordou as vítimas das cheias que atingiram este domingo várias regiões da Indonésia e Timor-Leste. "Desejo assegurar a minha recordação, na oração, às vítimas das inundações que nos últimos dias atingiram a Indonésia e Timor-Leste. Que o Senhor acolha os defuntos, conforte os seus familiares e sustente quem perdeu a sua casa", disse.
As cheias provocaram dezenas de mortes na Indonésia e, pelo menos, 34 mortos em Timor-Leste, além de milhares de desalojados. As autoridades timorenses estão envolvidas em operações de busca por 36 pessoas dadas como desaparecidas desde domingo. Estima-se que haja 10 mil deslocados, com muitas pessoas a serem acolhidas em instituições da Igreja Católica, como acontece com os Salesianos, em Díli.
Festa da Misericórdia
Ao saudar os fiéis poloneses, o papa Francisco recordou a Festa da Divina Misericórdia, que a Igreja celebrará no próximo domingo (11). O pontífice citou São João Paulo II que, ao instituir essa celebração, "nos recorda que a liturgia parece traçar o caminho da misericórdia que, enquanto reconstrói a relação de cada um com Deus, suscita também entre os homens novas relações de fraterna solidariedade".
"Cristo nos recordou que o homem não somente recebe e experimenta a misericórdia de Deus, mas também é chamado a 'usar misericórdia' para com os outros: Bem-aventurados os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia (Mt 5, 7)", atestou. "Dirijamo-nos confiantes a Cristo misericordioso e peçamos a graça do perdão e do amor operoso pelo próximo", exortou o santo padre.
Ecclesia/DomTotal/Vatican News
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