Entidade denuncia patamar 'preocupante e estagnado' de casos em países da região
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou para um patamar "preocupante" de casos e mortes de Covid-19 nas últimas semanas nas Américas, e lamentou que muitas pessoas e lugares não tenham cumprido as medidas preventivas. "Na semana passada, houve mais de 1,2 milhão de novos casos de Covid-19 e 31 mil mortes relatadas nas Américas", disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, em entrevista coletiva.
A diretora acrescentou que "esses números não mudaram nas últimas semanas, ressaltando uma tendência preocupante: os casos e mortes estão estagnando em níveis alarmantes".
De acordo com a Opas, na semana passada, quatro em cada cinco dos países que relataram o maior número de novas infecções estavam na região (Brasil, Estados Unidos, Argentina e Colômbia), e cinco relataram o maior número de mortes cumulativas ( Estados Unidos, Brasil, México, Colômbia e Argentina).
Etienne disse que Uruguai, Argentina e Brasil voltaram a registrar um aumento de casos "que põe em risco várias semanas de progresso" no controle do vírus, e destacou o "aumento drástico" de casos e mortes na Bolívia.
Ela também observou "novas infecções significativas" em Cuba e "tendências crescentes de hospitalizações" no Haiti. Entre os países da América Central que também registraram aumentos, mencionou Costa Rica, Panamá, Belize e Honduras. "Apesar de infecções persistentemente altas, muitas pessoas e lugares não estão mais aderindo às medidas de saúde pública que sabemos serem eficazes contra a Covid-19", disse Etienne.
Dos 3,4 milhões de mortes relatadas globalmente desde o início da emergência de saúde da Covid-19 no final de 2019, quase metade corresponde a países nas Américas. Mas Etienne alertou que "os números reais podem ser maiores", evidência do "enorme impacto" da pandemia na região.
Em particular, destacou o "impacto devastador na saúde, social e econômico" que teve sobre as mulheres, que, representando 70% da força de trabalho em saúde, carregam grande parte do fardo da resposta à covid-19, e elas também foram mais afetados do que os homens em termos econômicos.
A crise da Covid-19 também causou uma deterioração no atendimento à saúde das mulheres. "Se essa situação continuar, a pandemia deve apagar mais de 20 anos de progresso na expansão do acesso das mulheres ao planejamento familiar e na luta contra a mortalidade materna na região", advertiu Etienne.
A Opas disse que, de acordo com dados de 24 países, mais de 200 mil mulheres grávidas adoeceram com covid-19 nas Américas e pelo menos 1 mil morreram de complicações da doença. O risco de morte varia de acordo com o país: menos de 1% das mulheres grávidas têm probabilidade de morrer de Covid-19 na Argentina, Costa Rica e Colômbia, mas em Honduras a porcentagem aumenta para 5% e, no Brasil, para 7%.
AFP/Dom Total
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