Este é um dos capítulos em negociação na COP26, que acontece em Glasgow, na Escócia
O financiamento para a adaptação dos países em desenvolvimento à mudança climática é entre cinco e 10 vezes inferior ao custo das medidas de combate ao fenômeno - alertou a ONU nesta quinta-feira (4).
Este é um dos capítulos em negociação na COP26, que acontece em Glasgow, na Escócia.
Esses esforços "estão muito longe de serem suficientes. O mundo deve aumentar radicalmente seus esforços para se adaptar às mudanças climáticas", afirmou Inger Andersen, diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em paralelo à conferência de Glasgow.
Em 2019, os países ricos forneceram um total de US$ 79,6 bilhões em ajudas aos países em desenvolvimento para a luta contra a mudança climática. Dois terços desta quantia foram, no entanto, destinados aos projetos de redução das emissões de gases de efeito estufa - uma abordagem de mitigação -, e não para adaptação.
Algumas organizações ambientalistas consideram que a adaptação é o caminho mais urgente e prático para enfrentar um fenômeno inevitável, o do aquecimento global, dada a demanda de energia para atender o crescimento dos países em desenvolvimento na África, na Ásia, no Oriente Médio, ou na América Latina.
Segundo o PNUMA, as necessidades de financiamento são cada vez mais prementes: entre "US$ 140 bilhões a US$ 300 bilhões anuais até 2030"; e entre "US$ 280 bilhões e US$ 500 bilhões anuais entre agora e 2050", apenas para os países em vias de desenvolvimento.
Estes fundos são "entre cinco a 10 vezes superiores aos fluxos de financiamento público internacional destinados à adaptação", afirma o relatório.
"As evidências sugerem que esta diferença é mais significativa do que no último relatório de 2020 e que está aumentando", adverte o texto.
Em um mundo que já atingiu um aumento de temperatura de 1,1 grau em relação à era pré-industrial, as catástrofes climáticas se multiplicam, e os compromissos climáticos por parte dos Estados podem levar a um aquecimento "catastrófico" de 2,7 graus, segundo a última avaliação da ONU, antes do início da COP26.
"Mesmo se acabarmos hoje com as emissões de gases de efeito estufa, o impacto da mudança climática continuará por décadas", frisou Inger Anderson.
"Temos que mudar de velocidade na ambição do financiamento da adaptação e em sua implementação para reduzir os danos. E temos que fazer isso agora", insistiu.
AFP
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