25/05/2022 | domtotal.com
A Procuradoria quer também acesso ao relatório final da operação
O Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, instaurou nesta terça-feira, 24, um procedimento investigatório criminal para apurar 'eventuais violações e as responsabilidades' de agentes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal durante operação conjunta com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM), na Vila Cruzeiro, na Penha, na zona norte do Rio, que deixou 22 mortos.
Leia também:
"Em 11 de fevereiro deste ano, no mesmo lugar, houve oito vítimas fatais em outra operação com participação da PRF", lembrou o procurador Eduardo Benones, titular do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial no Rio de Janeiro.
"O Brasil é signatário de tratados e acordos internacionais que nos obrigam a investigar e punir violações de direitos humanos. E 21 mortos, até agora, menos de 3 meses depois (da outra operação), não podem ser investigados como se fossem simples saldo de operações policiais", seguiu.
A Procuradoria informou que, antes da deflagração da operação, recebeu um ofício da PRF dando ciência de que seria realizada ação para cumprimento de mandados de prisão.
O Ministério Público Federal requereu aos chefes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal informações sobre o efetivo que participou da operação, com dados sobre qualificação completa dos agentes e cópia de suas fichas funcionais.
Além disso, a Procuradoria quer acesso ao relatório final da operação, a informações detalhadas sobre o cumprimento dos mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Criminal da Regional Madureira, a dados sobre o local da realização do briefing da ofensiva e cópia da ordem de serviço relacionada à ação policial.
Representantes da Ouvidoria e do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Rio estiveram na Vila Cruzeiro orientando moradores. Eles relataram ter recebido pedidos de socorro de moradores da comunidade desde o início da manhã, que informavam sobre a operação policial. "Junto com as informações, os moradores pediam socorro, relatavam desespero, angústia e muito medo", informou a Defensoria em nota. "Escolas, aparelhos públicos em geral e o comércio local estão fechados".
COM A PALAVRA, A PF E A PRF
Até a publicação deste texto, a reportagem buscou contato com as corporações, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestações.
Agência Estado
Você quer receber notícias do domtotal em seu e-mail ou WhatsApp?
DomTotal é mantido pela EMGE - Escola de Engenharia e Dom Helder - Escola de Direito.
Engenharia Cívil, Ciência da Computação, Direito (Graduação, Mestrado e Doutorado).